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No aniversário de Dom Helder, renascemos em amor e luta


Em 7 de fevereiro de 1909, no Ceará, nascia Dom Helder Camara, aquele que dedicou sua vida a defesa dos direitos humanos. Filho de pai bibliotecário e mãe professora, ainda criança já sabia que o seu caminho seria junto à igreja, mas uma igreja popular, voltada àqueles que eram excluídos.


Sua trajetória foi política e social. Aos 14 anos entrou no seminário, cursou filosofia e teologia e aos 22 se tornou sacerdote. Em 1936, foi nomeado diretor do Departamento de Educação do Estado do Ceará e ajudou a fundar a Ação Católica que atuava na proteção de carentes. Em 1952, fundou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nos anos seguintes desenvolveu diversas obras sociais, como a Cruzada São Sebastião e o Banco da Providência, que tinham por objetivo de atender os mais necessitados.


Dom Helder chegou ao Recife em 1964 durante a Ditadura Militar. Aquele que passaria a ser nosso arcebispo atuava como a voz dos que não têm voz, como a força dos que precisavam lutar. Sob seu comando a Igreja abraçava pautas sociais, era caridosa e preocupada com a garantia dos direitos. A Igreja que pedia pela redemocratização e que apoiava a Comissão de Justiça e Paz.


Dom Helder atuou em movimentos estudantis, operários e ligas comunitárias contra a fome e a miséria. Ele teve papel fundamental na Defesa e Promoção dos Direitos Humanos de presos politicos e posteriormente de moradoras e moradores de assentamentos populares.


Iniciativas que despertaram ira daqueles que queriam a manutenção do sistema autoritário. Dom Helder foi apontado como comunista e perseguido pelo regime. O seu assessor, padre Henrique, foi preso e torturado até a morte em 1969. Por mais que tenha sido reconhecido diversas vezes em prêmios e homenagens mundiais, como a indicação para o Nobel da Paz, todos os ataques em seu país o levaram à aposentadoria compulsória; iniciando um regime mais conservador na Igreja, encabeçado por Dom José Cardoso. Com isso houve a dissolução da Comissão de Justiça e Paz.


Nesta conjuntura, o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social nasceu. Nosso centro, integrado por antigos profissionais e membros do colegiado da Comissão de Justiça e Paz de Olinda e Recife, professores e alunos do Instituto de Teologia do Recife - ITER e de militantes dos Direitos Humanos, abraçou a ideia de Dom Helder e luta, há mais de 31 anos pela garantia da cidadania.

 

Na vanguarda dos direitos humanos e à luz daquele que nos ensinou sobre amor, somos uma associação civil, para fins não econômicos, cuja missão é "defender e promover os Direitos Humanos, em especial de crianças, adolescentes, moradoras e moradores de assentamentos populares e grupos socialmente excluídos, contribuindo para a transformação social, rumo a uma sociedade democrática e popular, equitativa, que respeite as diversidades e sem violência.


No aniversário de Dom Helder, renascemos de novo. Nestes tempos de pandemia; de desmonte dos nossos direitos; de ataques políticos e de crise financeira; desejamos que as palavras do Dom da Paz confortem e chamem para a luta. Que seus ensinamentos ensinem caminhos mais justos. Que a sua trajetória inspire igualdade. Porque, como dizia o Dom, “sonho que se sonha junto é o começo da realidade.”

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